Juízo Particular
É sentimento comum entre os teólogos que o Juízo particular se faz logo que o homem expira, e que no próprio lugar onde a alma se separa do corpo, aí é julgada por Jesus Cristo, que não manda ninguém em seu lugar, mas vem Ele mesmo para este fim.
A sua vinda, diz Santo Agostinho, é motivo de alegria para o fiel e de terror para o ímpio. Qual não será o espanto daquele que, vendo pela primeira vez o seu Redentor, o vir indignado! Esta idéia causava tal estremecimento ao Padre Luís Dupont, que fazia tremer consigo a cela. O venerável Padre Juvenal Aucina, ouvindo cantar o Dies Irae (Dia da Ira), pensou no terror que se lhe havia de apoderar da alma quando se apresentasse no dia do Juízo, e resolveu deixar o mundo, o que efetivamente fez. O aspecto do Juiz indignado será o anúncio da condenação. Segundo São Bernardo, será então mais duro sofrimento para a alma ver Jesus Cristo indignado do que estar no inferno.
Têm-se visto criminosos banhados em copioso suor frio na presença de um juiz terrestre. Pison, comparecendo no senado com as insígnias da sua culpa, sentiu tamanha confusão, que a si próprio deu a morte. Que pena não é para um filho ou um vassalo ver seu pai ou o seu príncipe indignados! Que maior mágoa não deve sofrer uma alma à vista de Jesus Cristo, a quem desprezou durante toda a vida! Esse Cordeiro, que a alma via tão manso enquanto estava no mundo, vê-Lo-á agora irritado, sem esperança de jamais O apaziguar. Então pedirá às montanhas que a esmaguem e a furtem das iras do Cordeiro indignado. ....
Considerai a Acusação e o Exame. Haverá dois livros: o Evangelho e a Consciência. No Evangelho ler-se-á o que o culpado devia fazer; na Consciência, o que tiver feito. Na balança da divina justiça não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas sim, somente as obras. Diz Daniel: "Fostes pesado e achado demasiadamente leve". Vejamos o comentário do Padre Alvarez: "Não é ouro nem o poder do rei que está na balança, mas unicamente sua pessoa".
Virão então os acusadores, e em primeiro lugar o demônio, diz Santo Agostinho. Representará as obrigações em que não nos empenhamos e que deixamos de cumprir, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e o lugar em que as cometemos.
Cornélio a Lapide acrescenta que Deus porá novamente diante dos olhos do pecador os exemplos dos santos, todas as luzes e inspirações com que o favoreceu durante a vida e, além disso, todos os anos que lhe foram concedidos para que os empregasse na prática do bem. Tereis, pois, de dar conta até de cada olhar, diz Santo Anselmo. Assim como se funde o ouro para o separar das escórias, assim são examinadas as boas obras, as confissões, as comunhões etc.
O Juízo particular de cada um, se dá logo após a morte, quando recebemos nossa sentença eterna. Podemos, então, ser condenados ao inferno ou ser enviados ao céu. Caso tenhamos morrido em pecado venial, nossa alma é enviada ao purgatório, para se purificar, e, depois, vai ao céu, para sempre.No fim do mundo, todos os homens que estiverem vivos então, morrerão. Depois é que se dará o Juízo universal. No Evangelho Nosso Senhor diz que, no dia do Juízo Final, o mundo atual sofrerá grandes cataclismas e os mortos -- (todos os homens estarão já mortos) -- ressuscitarão, voltando a ter seu corpo e sua alma unidos. Todos seremos reunidos num local, no vale de Josafat. Os bons serão colocados à direita de Jesus Cristo, e os maus à esquerda . E Cristo fará o Juízo Universal. Este não será o Juízo de cada alma, -- que já foi feito, e não será mudado -- e sim o julgamento do que os homens fizeram na História.Tudo isso poderá ser lido no Evangelho de São Mateus nos capítulos XXIV, onde Cristo fala dos sinais do fim do mundo, e no capitulo XXV, onde ele conta como será o Juízo Final. Os maus serão ressuscitados com seus corpos, que farão transparecer em seu aspecto, o pecado em que morreram. Os bons terão corpos gloriosos: luminosos, impassíveis, imortais e ágeis, semelhantes ao corpo de Cristo depois de sua Ressurreição gloriosa. Os pecados dos bons, dos quais eles já foram perdoados e purgados no purgatório, aparecerão como cicatrizes gloriosas como os de um soldado vencedor numa batalha. Após o Juízo Final, os homens serão mandados, ou para o céu, ou para o inferno, eternamente. Não haverá mais o purgatório.
A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos, purificação esta que é totalmente diversa da punição dos condenados.
O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567´1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele nos diz: 1 ´ As almas alí vivem uma contínua união com Deus. 2 ´ Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar´se no inferno a apresentar´se manchadas diante de Deus. 3 ´Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus. 4 ´ Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele. 5 ´ São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição. 6 ´ Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado. 7 ´ São consoladas pelos anjos. 8 ´ Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável. 9 ´ As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda. 10 ´ Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama´lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno. 11 O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor. ( Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981).
Na realidade como foi mencionado em sala de aula, e no livro de Pe Alfonso Garcia Rubio, o “julgamento” é feito por nós mesmos. Na luz de Deus, perceberemos aquilo que somos realmente e aquilo que fizemos de nossa vida. Aparecerá claramente tudo quanto temos amadurecido no caminho do amor-serviço e da solidariedade assim como, o empobrecimento e a involução representados pelo nosso fechamento.
A possibilidade real do inferno se dá porque o ser humano possui a trágica possibilidade de fechar-se em si mesmo de maneira definitiva. Esta possibilidade encontra-se incluída na realidade de nossa liberdade, condicionada, mas real. É também uma possibilidade porque o Deus-Agape não violenta ninguém. O céu vem a ser a vida em plenitude. Trata-se de uma abertura e receptividade total. O céu é a expansão máxima das quatro relações. O céu é a comunhão perfeita com Deus e com os outros seres humanos.
É sentimento comum entre os teólogos que o Juízo particular se faz logo que o homem expira, e que no próprio lugar onde a alma se separa do corpo, aí é julgada por Jesus Cristo, que não manda ninguém em seu lugar, mas vem Ele mesmo para este fim.
A sua vinda, diz Santo Agostinho, é motivo de alegria para o fiel e de terror para o ímpio. Qual não será o espanto daquele que, vendo pela primeira vez o seu Redentor, o vir indignado! Esta idéia causava tal estremecimento ao Padre Luís Dupont, que fazia tremer consigo a cela. O venerável Padre Juvenal Aucina, ouvindo cantar o Dies Irae (Dia da Ira), pensou no terror que se lhe havia de apoderar da alma quando se apresentasse no dia do Juízo, e resolveu deixar o mundo, o que efetivamente fez. O aspecto do Juiz indignado será o anúncio da condenação. Segundo São Bernardo, será então mais duro sofrimento para a alma ver Jesus Cristo indignado do que estar no inferno.
Têm-se visto criminosos banhados em copioso suor frio na presença de um juiz terrestre. Pison, comparecendo no senado com as insígnias da sua culpa, sentiu tamanha confusão, que a si próprio deu a morte. Que pena não é para um filho ou um vassalo ver seu pai ou o seu príncipe indignados! Que maior mágoa não deve sofrer uma alma à vista de Jesus Cristo, a quem desprezou durante toda a vida! Esse Cordeiro, que a alma via tão manso enquanto estava no mundo, vê-Lo-á agora irritado, sem esperança de jamais O apaziguar. Então pedirá às montanhas que a esmaguem e a furtem das iras do Cordeiro indignado. ....
Considerai a Acusação e o Exame. Haverá dois livros: o Evangelho e a Consciência. No Evangelho ler-se-á o que o culpado devia fazer; na Consciência, o que tiver feito. Na balança da divina justiça não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas sim, somente as obras. Diz Daniel: "Fostes pesado e achado demasiadamente leve". Vejamos o comentário do Padre Alvarez: "Não é ouro nem o poder do rei que está na balança, mas unicamente sua pessoa".
Virão então os acusadores, e em primeiro lugar o demônio, diz Santo Agostinho. Representará as obrigações em que não nos empenhamos e que deixamos de cumprir, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e o lugar em que as cometemos.
Cornélio a Lapide acrescenta que Deus porá novamente diante dos olhos do pecador os exemplos dos santos, todas as luzes e inspirações com que o favoreceu durante a vida e, além disso, todos os anos que lhe foram concedidos para que os empregasse na prática do bem. Tereis, pois, de dar conta até de cada olhar, diz Santo Anselmo. Assim como se funde o ouro para o separar das escórias, assim são examinadas as boas obras, as confissões, as comunhões etc.
O Juízo particular de cada um, se dá logo após a morte, quando recebemos nossa sentença eterna. Podemos, então, ser condenados ao inferno ou ser enviados ao céu. Caso tenhamos morrido em pecado venial, nossa alma é enviada ao purgatório, para se purificar, e, depois, vai ao céu, para sempre.No fim do mundo, todos os homens que estiverem vivos então, morrerão. Depois é que se dará o Juízo universal. No Evangelho Nosso Senhor diz que, no dia do Juízo Final, o mundo atual sofrerá grandes cataclismas e os mortos -- (todos os homens estarão já mortos) -- ressuscitarão, voltando a ter seu corpo e sua alma unidos. Todos seremos reunidos num local, no vale de Josafat. Os bons serão colocados à direita de Jesus Cristo, e os maus à esquerda . E Cristo fará o Juízo Universal. Este não será o Juízo de cada alma, -- que já foi feito, e não será mudado -- e sim o julgamento do que os homens fizeram na História.Tudo isso poderá ser lido no Evangelho de São Mateus nos capítulos XXIV, onde Cristo fala dos sinais do fim do mundo, e no capitulo XXV, onde ele conta como será o Juízo Final. Os maus serão ressuscitados com seus corpos, que farão transparecer em seu aspecto, o pecado em que morreram. Os bons terão corpos gloriosos: luminosos, impassíveis, imortais e ágeis, semelhantes ao corpo de Cristo depois de sua Ressurreição gloriosa. Os pecados dos bons, dos quais eles já foram perdoados e purgados no purgatório, aparecerão como cicatrizes gloriosas como os de um soldado vencedor numa batalha. Após o Juízo Final, os homens serão mandados, ou para o céu, ou para o inferno, eternamente. Não haverá mais o purgatório.
A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos, purificação esta que é totalmente diversa da punição dos condenados.
O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567´1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele nos diz: 1 ´ As almas alí vivem uma contínua união com Deus. 2 ´ Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar´se no inferno a apresentar´se manchadas diante de Deus. 3 ´Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus. 4 ´ Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele. 5 ´ São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição. 6 ´ Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado. 7 ´ São consoladas pelos anjos. 8 ´ Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável. 9 ´ As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda. 10 ´ Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama´lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno. 11 O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor. ( Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981).
Na realidade como foi mencionado em sala de aula, e no livro de Pe Alfonso Garcia Rubio, o “julgamento” é feito por nós mesmos. Na luz de Deus, perceberemos aquilo que somos realmente e aquilo que fizemos de nossa vida. Aparecerá claramente tudo quanto temos amadurecido no caminho do amor-serviço e da solidariedade assim como, o empobrecimento e a involução representados pelo nosso fechamento.
A possibilidade real do inferno se dá porque o ser humano possui a trágica possibilidade de fechar-se em si mesmo de maneira definitiva. Esta possibilidade encontra-se incluída na realidade de nossa liberdade, condicionada, mas real. É também uma possibilidade porque o Deus-Agape não violenta ninguém. O céu vem a ser a vida em plenitude. Trata-se de uma abertura e receptividade total. O céu é a expansão máxima das quatro relações. O céu é a comunhão perfeita com Deus e com os outros seres humanos.
(Prova de Antropologia-Marcia Calmon)
Um comentário:
texto grande não me ajudou muito
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