domingo, 29 de março de 2009

FRUTOS DO ESPIRITO

1. Amor (agape) Para os gregos a palavra amor como conhecemos no português se desdobra em três tipos diferentes de amor. Assim, temos o amor do amigo, o filia. Há o amor da necessidade do outro, que é o eros. E há ainda um amor que é o mais elevado, chamado ágape.
É justamente esse amor que surge como fruto do Espírito. O amor ágape consiste no amor daquele que não busca a própria satisfação, mas se doa e até se sacrifica por outra pessoa, ou por uma tarefa. Seu mistério está no esquecimento de si, no interesse pela felicidade de outros. Ele não pede recompensas, elogios e reconhecimentos.
Esse é o amor da família de Deus, como eram aqueles primeiros cristãos, que eram um só coração e uma só alma. Assim, o amor ágape é aquele amor do interesse incondicional pela satisfação de outrem.
2. Alegria (chara) O fruto da alegria é aquela viva satisfação interior dada pelo Espírito. Ela que nos enche de entusiasmo por estarmos na presença de Deus. A palavra do original grego chara serve para designar uma pessoa ou um objeto que é a causa ou o objeto da alegria. Essa alegria que faz com que as cruzes que carregamos se tornem leves. Ela nos tira do medo que nos impede de ir ao encontro das pessoas, nos tira do nosso respeito exagerado ao outro e nos conduz à celebrar nossa vida no ambiente acolhedor da família de Deus.
3. Paz A palavra paz pode indicar um estado interior de harmonia, de libertação das ansiedades. No entanto, para o contexto específico da Carta aos Gálatas ela consiste na nossa reconciliação com Deus pela libertação dos pecados. O fruto da paz indica que estamos aproximados de Deus, que não permanecemos como inimigos de Deus, devedores pelos nossos erros. Mas agora, como homens e mulheres lavados no sangue de Jesus, o Espírito nos faz chamar nosso Pai dos Céus de “Abba Pai” (papaizinho) e entender que Ele nos chama agora de filhos muito amados.
4. Longanimidade Uma pessoa longânime é aquela pessoa que tem como qualidade a capacidade de suportar uma situação de sofrimento. Pode ser ainda a virtude de suportar com firmeza as contrariedades que as pessoas que amamos nos causam, a fim de conduzí-las ao bem. Assim pelo conhecimento da fraqueza da pessoa o conflito é evitado. Nesse sentido a longanimidade se relaciona intrinsecamente com a mansidão, que é o agir oportuno, acertado, de quem sabe esperar o momento certo para resolver as coisas.
São Paulo ensina ao falar dos dons que ela é a quietude da alma em meio a situações desfavoráveis, como provocações ou desentendimentos. É muito próprio da pessoa longânime não reagir com irritação, reclamação ou revide na hora dos problemas.
5. Benignidade (chrêstotês)
Consiste na atitude de gentileza ou docilidade no trato com as pessoas. Se opõe à severidade e à dureza. Se relaciona a uma postura de alguém que costuma ser prestativo, ou seja, que possui como hábito ajudar as pessoas ou costumeiramente procurar o melhor para os outros.
É a disposição daquele que se sensibiliza com a necessidade dos outros. Assim, o benigno está pronto a ajudar e se torna favorável à realização de trabalhos que beneficiem às demais pessoas. A benignidade se opõe portanto ao desprezo, à indiferença e à fúria.

6. Bondade
A característica principal desse fruto é a disposição favorável, ou na inclinação habitual de sempre darmos ou repartirmos o que possuímos com outras pessoas. Consiste também em habitualmente ser generoso ou bondoso com alguém. É sempre ligado a beneficiar gratuitamente outras pessoas, fazendo-lhes o bem. A palavra agatôsunê é essencialmente voltada para a prática, para o auxílio a outras pessoas. Ela não se associa exclusivamente a sentimentos mas à realização de tarefas para as quais somos impulsionados.
7. Fidelidade (pistis) Característica ou atributo daquele que é fiel, ou seja, daquele que confia em uma pessoa. Como um fruto do Espírito é aquela confiança em Jesus Cristo, no socorro de sua Palavra, na sua proximidade amiga. A fé em Jesus nos leva à decisão de crermos firmemente naquilo que nos ensina a Igreja como conteúdo da doutrina sagrada. Quando vivemos esse fruto abandonamos questionamentos e dúvidas desnecessárias e nos fiamos ousadamente no que ensina a Palavra de Deus. Esse fruto nos dá firmeza de ânimo face às críticas que recebemos dos infiéis ou dos vacilantes. Por ele resistimos e damos testemunhos do amor que temos por Jesus, sem nos importar com o julgamento que fazem sobre nós.
8. Mansidão (prautês) Postura de gentileza no relacionamento com as pessoas. Também corresponde àquela docilidade própria do amigo. Mas docilidade entendida aqui como força que nos possibilita acolher as fraquezas daqueles que amamos. Essa força vem do reconhecimento de nossas próprias forças e fraquezas, ou seja, de nossa humildade (consciência do que se é). Esse fruto do Espírito se opõe à aspereza ou aridez na maneira de tratar os irmãos.
Diz respeito ao âmbito das paixões. É a capacidade de ter auto-controle, de ter domínio sobre o impulsos do desejos, especialmente os relativos à sensualidade. É a manifestação de controle exercido pelo Espírito sobre os desejos e paixões, particularmente sobre os apetites sensuais.